domingo, 7 de dezembro de 2008

Penelope Maria Elena Barcelona


Fui assistir Vicky Cristina Barcelona e pensei: vou escrever um texto sobre o filme para o blog. Só que eu estava lá, assistindo, e achando o filme uma chatice. Mas falar mal do Woody Allen é blasfêmia das mais cabeludas. Daí fiquei pensando o que eu poderia escrever. Eis que, lá pela metade da projeção, aparece a Penelope Cruz. E eu cá comigo: já sei o que botar no blog. Isso:

A Scarlett Johansson é bonita. Bonita mesmo. Mas a Penelope Cruz é infinitamente mais linda.

Ia escrever só isso. Mas não é que a partir do momento em que a espanhola entra em cena o filme começa a ficar legal? Começa a ficar mais Woody Allen. Maria Elena, a maluca com tendências suicidas interpretada por Penelope, é uma personagem tipicamente woodyalleniana. O cara foi buscar em uma personagem espanhola, vivida por uma atriz espanhola, um jeito de se encontrar consigo mesmo.
Impressionante como o velho nova-iorquino faz filmes tão parecidos e a gente não cansa, continua gostando igual. Vicky Cristina Barcelona saiu de Manhattan, a trilha sonora não é jazz, Woody Allen não atua, mas mesmo assim o filme tem a marca registrada de seu autor, aquilo que chamamos estilo, e que alguém classificou como a arte de plagiar a si próprio.
Dá-lhe Woody. Ainda bem que nem cogitei escrever algo de ruim sobre o filme.

6 comentários:

Aline Duvoisin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline Duvoisin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline Duvoisin disse...

Como nós somos facilmente manipuláveis, né?! Afinal, por que seria blasfêmia falar malde Woody Allen? Aliás, acho que ele é um dos diretores mais polêmicos atualmente. Tá certo que um cinéfilo de verdade valorizará a obra dele, mesmo não sendo assim tão apaixonado por ela. Woody tem seu valor, mas tá cheio de gente aí que detesta ele. Aliás, eu o odiava até pouco tempo. Sei que seu estilo tem um enorme valor cinematograficamente falando, mas, fazer o quê, eu simplesmente não conseguia me envolver com os filmes dele. Não sou uma amante do Woody e, por isso, não vi todos os filmes dele que deveria ter visto. Tentei gostar uma vez, vendo "Poderosa Afrodite". Tentei outra, assistindo "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas nunca teve coragem de perguntar", e estive a ponto de desistir de verdade de gostar dele. Então, decidi ver um mais novo... o "Match Point", ainda no cinema. E fiquei em dúvida, afinal já tinha um pé atrás com o Woody, mas finalmente admiti que o filme era bom. Então, voltei ao passado novamente e tentei ver alguns mais velhos dele: "Noivo neurótivo, noiva nervosa" e "Trapaceiros". Embora não tenha achado eles exatamente ruins, por algum motivo tive de resistir até o final. Finalmente, descobri a razão: eu acho o Woody um péssimo ator e fim. Condene-me quem quiser, mas eu acho ele um chato... é um neurótico que fala pelos cotovelos, seus papéis são sempre iguais em um personagem que dificilmente alguém aguentaria se fosse real. Por sorte, devido ao elenco, não deixei de ver "Vicky Cristina Barcelona". Ao contrário de ti, acho o filme excelente do início ao fim. Primeiro porque não tem o Woody atuando. Segundo porque todo o elenco é magnífico. Terceiro, e aí sim concordo contigo, porque a Penélope é maravilhosa e roubou todas as cenas em que aparece. Na minha opinão, o melhor filme do Woody Allen (dentre os que eu vi, óbvio!). E, então, tenho de concordar com alguns que dizem que ele alcançou a sua melhor fase.
ps: escreverei sobre esse filme nos próximos dias, se quiseres dar uma lida depois.
Beijoca!

Vinicius Rodrigues disse...

Sabe, acho o Woody Allen fodão mesmo! E gosto de verdade quando ele atua em seus filmes. As comédias dele e aquela cara de paspalho que só ele consegue imprimir aos seus filmes debocham do seu próprio cinema - e isso é sensacional! Um artista que cria uma obra como "Zelig" merecerá nosso eterno respeito - o que não impede que falemos mal da figura. Concordo contigo, Wagner, a Penélope salva o filme, justamente num momento em que Allen rompe com o seu próprio cinema - muito perpicaz a tua observação. Mas há nela muito mais do que a representação frenética de Woody que ele sempre gosta de imprimir a alguns de seus personagens (quando não ele próprio): toda aquela atmosfera, os atores, a trilha, enfim, o ménage a trois... Há um quê de Almodovar ali; claro, sem se levar muito a sério, pois, para isso, haveria algum aviso prévio, com certeza.

mulher de sardas disse...

eu pensei exatamente a mesma coisa vendo o filme. o que é aquela mulher? existe mesmo?

Raquel Leão Luz disse...

sugestão para nova postagem: abrazos partidos (aproveitando a Penélope).